«Vários presos foram libertados no último ano, sem que se pudesse apurar se podiam ou não ser responsabilizados criminalmente, devido a atrasos na realização de perícias psiquiátricas, que ultrapassavam o prazo da prisão preventiva. Para além dos atrasos nos exames psiquiátricos, realizados pelo Instituto de Medicina Legal (IML), há ainda que contar com os das perícias realizadas pelo Laboratório de Polícia Científica. O procurador explica que, por exemplo, um teste de balística chega a demorar «anos», ao passo que um pedido de informação bancária pode levar dois meses e uma carta rogatória, com pedido de diligências no estrangeiro, pode tardar um ano a ser cumprida.»
Ontem assisti a um episódio da série CSI e, retirando a ficção e o exagero da competência e da rapidez dos exames periciais, tudo acontece na hora, e os culpados descobertos e presos. Todos sabemos que a realidade é bem diferente da ficção, mas também é um exagero o tempo que a nossa justiça demora em cada passo das investigações. Anos para fazer um teste balístico, meses para identificar o ADN e milhares de indícios que nunca chegam à luz do dia. Se a isto juntarmos as “cambalhotas” jurídicas de muitos advogados não podemos estranhar que a culpa acabe por morrer solteira em muitos crimes. Casos como o da Madie ou da operação Furacão provam que muito mais podia e devia ser feito pela nossa polícia e pela nossa justiça. Não pretendo que exista por cá um CSI Portugal, mas pelo menos que não deixemos os culpados escapar só por falta de celeridade em exames complementares à investigação. Sem justiça não há nenhuma sociedade que se possa sentir segura.
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