Fica sempre uma sensação estranha: em 3 anos, já sigo no meu quarto blogue. "The Great Portuguese Disaster" desapareceu, no dia da eleição de Cavaco Silva: era um blogue finito, e eleitoral, e esgotou-se no acto da votação. Seguiu-se o primeiro "The Braganzzzzza Mothers", que representou uma real rotura com uma certa pasmaceira blogosférica, e acabou num acto de horríveis sequelas, que jamais descobriremos, na sua inteira polifonia.
"As Vicentinas de Braganza" foram o resultado de um momento de desânimo, e já era minha intenção, no 1º aniversário da sua fundação, que a equipa voltasse a vestir a camisola que a celebrizou. A vida dá estranhas voltas, e, por vezes, os que, por nós, só conseguem nutrir negatividade acabam por nos favorecer, pelo que reabrimos, dia 25 de Abril, em parto prematuro, as oportuno.
Não é mau, é só uma sensação estranha: eu, abaixo assinado "Arrebenta", não passo de uma mera ficção literária e blogosférica. Várias vezes, pela noite dentro, e pelo mar afora, me questionei sobre quando se cumprirá a minha missão. Aparentemente, criei uma figura com uma aura mítica. A fama é-me indiferente, já que sou tímido, discreto e odeio o estrelato, mas compreendo o carácter de catarse que possa assumir a Escrita, e a Escrita é o começo da História, ou seja, da Tradição que se comunica por signos. Não sei quando terminará "The Braganza Mothers", nem qual o destino do... "Arrebenta".
Há três meses, ao inaugurar-se o ano que antecede as Eleições, pensei que o nosso horizonte de legitimidade fossem as próximas Legislativas: com uma vitória, altamente provável, de Sócrates e de todo o Sistema sinistro que representa, objectivamente teremos de admitir que falhámos, e reflectir, em conjunto, se valerá a pena continuar.
Talvez, nesse dia, por curioso que pareça, o "Arrebenta" se reforme, o mesmo "Arrebenta" que já fez a vida negra ao Governo do "Cherne", que picou as picardias de Guterres, que alterou, de vez, o clima amorfo que se vivia nas caixas de comentários do "Expresso on-line", o "Arrebenta", que não largou as canelas da fraude incarnada por Sócrates, e por aí fora. Convidaram-me para mais blogues, e aceitei, e só não aceitei para mais, porque não sou do género... honorífico. Por outro lado, não sei se terei tempo, nem paciência, para uma Segunda Maioria, ou uma palhaçada em forma de P.S.D., que se lhe suceda. Será um assunto para pebliscitar e eu aceitarei o resultado do oportuno Plebiscito.
Gostaria de ter contribuído para um Portugal melhor, aquele Portugal onde a Revolução dos Cravos não conseguiu penetrar na Máquina da Justiça, nem impedir que os muitos informadores da P.I.D.E. continuassem a ser informadores dos novos sistemas de denúncia e cobardia implantados. Aparentemente, falhado em tudo, sei que me tornei an companhia das noites de muito boas pessoas, que, atenta, e reverentemente, sentem melhoradas as suas vidas no humor, no acintoso e no certeiro do que escrevo.
É o meu único salário, e agradeço-lhes, sinceramente.
Hoje, parece, Cavaco estava muito indignado com a ignorância dos jovens sobre o 25 de Abril. Eu fico mais indignado com a ignorância dos jovens sobre Cavaco, mas cada um na sua: Democracia é mesmo isso.
Numa outra esfera, uma manifestação de cariz anarquista parece que ensombrou as vetustas comemorações de um cravo murcho.
Talvez tenha sido um sinal, mas as sombras que aí vêem pouco se compadecem com esse tipo de sinais.
A luta continua, mas não sei quanto mais tempo durará o cenário dessa luta.
De qualquer modo, obrigado pela atenção.
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