A titular da pasta da Educação admite a possibilidade de fundir o 1º e o 2º ciclos do Ensino Básico, tal como foi preconizado por um estudo pedido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Maria de Lurdes Rodrigues afirma, em declarações à Renascença, que o Ministério está a estudar o tema e reconhece as queixas dos pais sobre a mudança brusca na transição de ciclos, mas lembra que a melhoria da articulação dos ciclos de ensino está a ser trabalhada. Leia o resto.
Comentário
Eu não tinha dito? Ora leiam os meus posts anteriores. É claro que a ministra da educação vai apanhar a boleia do Relatório do CNE e, como eu já avisara há algum tempo, está a preparar a criação do professor generalista para os seis primeiros anos de escolaridade. Essa preparação já tem dois anos. O primeiro passo foi a publicação do decreto lei 43/2007 de 22 de Fevereiro, que traça o quadro das habilitações profissionais para a docência. Esse diploma aponta para a criação de um perfil 4 que se destina a formar o professor generalista para os seis primeiros anos de escolaridade. Não há coincidências. Tudo está a ser preparado ou não fosse a ministra da educação especialista em sociologia das profissões. É claro que uma medida com efeitos tão graves não pode ser tomada a doze meses das eleições. É por isso que a ministra da educação diz que essa medida só será tomada mais tarde. Reparem que a ministra da educação justifica a fusão dos ciclos com a ideia de que as crianças saem prejudicadas com a "brusca" transição do 1º CEB para o 2º CEB. Onde é que estão os estudos empíricos que corroboram essa tese? Simplesmente não existem. E se existisssem estudos sérios, o mais provável é que provassem o contrário. Regra geral a transição da escola do 1º CEB para a escola do 2º CEB é vista pelas crianças e pelos pais como um desafio interessante e enriquecedor. Uma etapa importante no processo de crescimento e de conquista da autonomia. Aquilo que tenho visto é a excitação e a alegria no rosto das crianças ao entrararem na nova escola. Por favor, arranjem justificações mais plausíveis ou digam a verdade: com o professor generalista nos 5º e 6º anos, vão poupar-se milhões de euros em salários.
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